sexta-feira, 20 de maio de 2011

O PECADO; ORIGEM E SUAS CONSEQUENCIAS

HAMARTIOLOGIA
Origem do pecado e suas consequências

Hélio Andrade da silva

20/05/2011

RESUMO: Como o pecado foi gerado no princípio, as suas implicações na descendência do casal edênico, e o plano traçado por Deus para resgatar de volta a raça humana a sua comunhão e o cumprimento do mesmo na pessoa de seu filho Jesus Cristo o Cordeiro Pascal. RESUMEN: Cómo el pecado ha sido generado en principio, las consecuencias para los hijos de las parejas de Edén, y el plan trazado por Dios para redimir a la humanidad de regreso a su comunión, y el rendimiento, incluso en la persona de su Hijo Jesucristo, el Cordero de la Pascua.

Sub-tema:
Origem do pecado e suas consequências;

Etimologicamente a palavra Hamartiologia é um vocábulo derivado do grego HAMARTIA. Significando pecado e LOGOS, que quer dizer estudo, tratado. Portanto Hamartiologia em linguagem simplificada é o estudo sobre a Doutrina do pecado.
A Doutrina do pecado é importante devendo merecer atenção especial de cada estudante da Bíblia Sagrada. Negligenciando as verdades bíblicas concernentes ao pecado, deixaremos de possuir a verdadeira noção da Obra Redentora de Cristo. O pecado é uma das mais cruéis realidades do mundo que nos rodeia e é impossível ignorá-lo. Por causa do pecado, os homens padecem dores, enfermidades, angustias condenação e morte. O pecado, afirmou um célebre pregador, “é a maior mancha do mundo”. Com o pecado originou o problema do mal no mundo, e sempre foi considerado um dos mais profundos problemas da filosofia e da teologia. Os filósofos foram constrangidos a encarar o problema e a procurar resposta quanto á origem de todo o mal, e particularmente do mal moral, que há no mundo. Outros, porém, estão convictos de que o mal teve uma origem voluntária, isto é, que se originou na livre escolha do homem, quer na existência atual, quer numa existência anterior. Este se acha bem mais perto da verdade revelada na Palavra de Deus.
Historicamente o conceito da origem do pecado, os antigos “pais da igreja”, não falam definidamente, enquanto a idéia de que se originou na voluntária transgressão e queda de Adão no paraíso, já se achava nos escritos de Irineu. Os Gnósticos considerava o mal inerente á matéria e, como tal, produto do Demiurgo. O contato da alma com a matéria imediatamente tornou-a pecaminosa. Já Orígenes procurou manter isso com a sua teoria do preexistencialismo. Segundo ele, as almas dos homens pecaram voluntariamente numa existência anterior e, portanto, entraram no mundo numa condição pecaminosa. Kant considerava o pecado como uma coisa pertencente á esfera supre - racional, que ele confessava não ter condições de explicar. Já para o Conceito Geral os chamados pais da igreja grega, do terceiro e quarto séculos, mostravam certa inclinação para reduzir a ligação entre o pecado de Adão e o dos seus antecedentes, ao passo que os “pais” da igreja latina analisavam cada vez com maior clareza que a atual condição pecaminosa do homem encontra a sua explicação na primeira transgressão de Adão no paraíso.
Concluindo este ponto, o pecado do homem está ligado á sua condição de criatura. A narrativa do paraíso apenas transmite ao homem a prazerosa informação de que ele não tem por que ser necessariamente um pecador.
O conceito bíblico da origem do pecado diz que o mal moral existente no mundo transparece claramente como pecado, isto é, como transgressão da lei de Deus. Nela o homem sempre aparece como transgressor por natureza, e surge naturalmente a questão: como adquiriu ele essa natureza? Que diz a Bíblia sobre este ponto?
O decreto eterno de Deus evidentemente deu a certeza de entrada do pecado no mundo, mas não se pode interpretar isso de modo que faça de Deus a causa do pecado no sentido de ser Ele o seu autor responsável. Esta idéia é claramente excluída pela Escritura. Ele é santo Deus, Is 6:3, e absolutamente não há falta de retidão nele, Dt 32:4; Sl 92:16. Ele não pode ser tentado pela mal, e Ele próprio não tenta a ninguém, Tg 1:13. Quando Deus criou o homem, criou-o bom e á Sua imagem. Ele positivamente odeia o pecado, Dt 25:16; Sl 5:4 11:5; Zc 8:17 e Lc 16:15. Deus em Cristo fez provisão para libertar do pecado o homem. A luz disso tudo, seria blasfemo falar de Deus como o autor do pecado.
Na tentativa de investigar a origem do pecado, devemos retornar á queda do homem, na descrição de Gn 3 e fixar a atenção em algo que sucedeu no mundo angélico.
Deus criou um grande número de anjos, e estes eram todos bons, quando saíram das mãos do seu Criador, Gn 1:31. Mas ocorreu uma queda no mundo angélico, queda na qual legiões de anjos se apartaram de Deus, Ez 28:11-19; Is 14:12-15.
Não estavam contentes com a sua parte, com o governo e o poder que lhes foram confiados. Se o desejo de serem semelhantes a Deus foi á tentação peculiar que sofreram, isto explica por que tentaram o homem nesse ponto particular.
A respeito da origem do pecado na história da humanidade, a Bíblia ensina que ele teve início com a transgressão de Adão no paraíso e, portanto, com um ato perfeitamente voluntário da parte do homem. Esse pecado trouxe consigo corrupção permanente, corrupção que, dada a solidariedade da raça humana, teria efeito, não somente sobre Adão, mas também sobre todos os seus descendentes. Com resultado da queda, o pai da raça só pode transmitir uma natureza depravada aos descendentes. Adão pecou não somente como o pai da raça, mas também como chefe representativo de todos os seus descendentes; portanto, a culpa de seu pecado é posta na conta deles, pelo que todos são passíveis de punição e morte. É primeiramente nesse sentido que o pecado de Adão é o pecado de todos.
Consideremos algumas das mais importantes teorias filosóficas sobre o pecado. O pecado é um dos mais tristes fenômenos da vida humana, e também o mais comum. A Teoria Dualista que fora a mais comum na filosofia grega. Na forma do Gnosticismo, conseguiu penetrar na igreja primitiva. Admite a existência de um princípio eterno do mal, e sustenta que no homem o espírito representa o princípio do bem, e o corpo, o do mal. Segundo essa teoria, o único meio de escaparmos do pecado consiste em livrar-nos do corpo. Já Leibnitz, com sua teoria de que o pecado é mera privação diz que de acordo com a existência do pecado deve ser considerada inevitável. O pecado não pode ser atribuído á ação pessoal de Deus e, portanto, deve ser considerado como simples negação ou privação sem necessidade de nenhuma causa eficiente. As limitações da criatura o tornam inevitável. Sua tentativa de evitar fazer de Deus o autor do pecado não tem bom êxito, pois, mesmo que o pecado fosse apenas uma negação sem nenhuma causa eficiente, Deus seria, não obstante, o autor da limitação da qual ele resultaria. Já a Teoria Ateísta ao negar a existência de Deus, nega também, o pecado, porque, estritamente falando, todo pecado é contra Deus; e se não há Deus, não há pecado. O homem pode ser culpado de pecar em relação a outros; pode pecar contra si mesmo, porém estas coisas constituem pecado unicamente em relação a Deus. Portanto, o homem necessita do perdão baseado em uma provisão divina de expiação.
A Teoria do Determinismo afirma ser o livre arbítrio uma ilusão e não uma realidade. Nós imaginamos que somos livres para fazer nossa escolha, porém, realmente nossas opções são ditadas por impulsos internos e circunstâncias que escaparam ao nosso domínio. As Escrituras afirmam invariavelmente que o homem é livre para escolher entre o bem e o mal – uma liberdade implícita em todos os mandamentos e exortações. Longe de ser vítima da fatalidade e casualidade, declara-se que o homem é o árbitro do seu próprio destino. Uma conseqüência prática do determinismo é tratar o pecado como se fosse uma enfermidade por cuja causa o pecador merece dó ao invés de ser castigado. Porem, a voz da consciência que diz: “eu devo” refuta essa teoria. Na Teoria do Hedonismo: (da palavra grega que significa “prazer”) sustenta que o melhor ou o mais proveito que existe na vida é a conquista do prazer e a fuga á dor; de modo que a primeira pergunta que se faz não é: “Isto é correto?” Mas: “Trará prazer?”.
Eles desculpam o pecado com expressões como estas: “Errar é humano”; “o que é natural é belo e o que é belo é direito”. No fundo dessa teoria está o desejo de diminuir a gravidade do pecado, e ofuscar a linha divisória entre o bem e o mal, o certo e o errado.
A admoestação divina para aqueles que procuram confundir as distinções morais, é: “Ai daqueles que chama o mal de bem e o bem de mal”.
Na Teoria da Ciência Cristã esta seita nega a realidade do pecado. Declara que o pecado não é algo positivo, mas simplesmente a ausência do bem. Nega que o pecado tenha existência real e afirmam que é apenas um “erro da mente moral”.
As Escrituras denunciam o pecado como uma violação positiva da Lei de Deus, como uma verdadeira ofensa que merece castigo real num inferno real.
A Teoria da Evolução considera o pecado como herança do animanismo primitivo do homem. Disso, os animais não pecam; eles vivem segundo sua natureza, e não experimentam nenhum sentido de culpa por seu comportamento. É certo que o homem tem uma natureza física, porém, essa parte inferior de seu ser foi criação de Deus, e é plano de Deus que esteja sujeita a uma inteligência divinamente iluminada. O defeito radical dessas teorias todas é que procuram definir o pecado sem levar em consideração que o pecado é essencialmente o abandono de Deus, a oposição e a transgressão da Lei de Deus.
Hoje em dia ouvimos falar muito do mal, e relativamente pouco do pecado; e isso é muito enganoso. Nem todo mal e pecado. Não se deve confundir o pecado como mal físico, com aquilo que é danoso ou calamitoso. O pecado não e uma calamidade que sobreveio inopinadamente ao homem, envenenou sua vida e arruinou sua felicidade, mas um curso que o homem decidiu seguir deliberadamente e que leva consigo miséria inaudita. O pecado é o resultado de uma escolha livre, porém, má, do homem. Este é o ensino claro da Palavra de Deus, Gn 3:1-6; Is 48:8; Rm 1:18-32 e 1 Jo 3:4.
Na esfera ética, o contraste entre o bem e o mal é absoluto. Não há condição neutra entre ambos. A transição entre o bem e o mal não é de caráter quantitativo, e, sim, qualitativo. Um ser moral bom não torna mal por uma simples diminuição da sua bondade, mas somente por uma mudança qualitativa radical, por um volver ao pecado. O pecado não é um grau menor de bondade, mas um mal positivo. Isso é ensinado claramente na Bíblia. Quem não ama a Deus é por isso caracterizado como mal. O homem está do lado certo ou do lado errado, (Mt 10:32, 33; 12:30; Lc 11:23; Tg 2:10). A Escritura não reconhece nenhuma posição de neutralidade. Por isso o pecado tem caráter absoluto:
Os mais antigos teólogos compreenderam que á impossível ter uma correta concepção do pecado sem vê-lo em relação a Deus e Sua vontade e, portanto, acentuavam este aspecto e normalmente falavam do pecado como “falta de conformidade com a Lei de Deus”. As seguintes passagens mostram claramente que a Bíblia vê o pecado em relação a Deus e Sua Lei, quer como Lei escrita nas tábuas do coração, quer como dada por meio de Moisés, (Rm 1:32; 2:12-14; 4:15; Tg 2:9; 1 Jo 3:4). Portanto o pecado sempre tem relação com Deus e sua vontade:
A culpa é o estado de violação de uma lei ou de uma exigência moral. Ela expressa a relação do pecado com a justiça ou da penalidade com a lei. È inseparável do pecado, jamais se encontra em quem não é pessoalmente pecador, e é permanente, de modo que, uma vez estabelecida, não pode ser removida pelo perdão. Embora muitos neguem que o pecado inclui culpa, essa negação não se harmoniza com o fato de que o pecado é a ameaçado com castigo, e de fato o recebe, e evidentemente contradiz as Escrituras, Mt 6:12; Rm 3:19; 5:18; Ef 2:3. Todo aquele que é culpado em Adão, também nasce com uma natureza corrupta, em conseqüência. Ensina-se claramente a doutrina da corrupção do pecado em passagens como: Jó 14:4; Jr 17:9; Mt 7:15-20; Rm 8:5-8; Ef 4:17-19.
O pecado não reside nalguma faculdade da alma, mas no coração, que na psicologia da Escritura é o órgão da alma, onde estão as saídas da vida. E desse centro, sua influência e suas operações espalham-se para o intelecto, á vontade, as emoções – em suma, a todo o homem. Esta maneira de ver está em perfeita harmonia com as descrições Bíblicas seguintes: Pv 4:23; Jr 17:9; Mt 15:19-20; Lc 6:45 e Hb 3:12.
O pecado não consiste somente de atos patente, mas também de hábitos pecaminosos e de uma condição pecaminosa da alma. Estes três âmbitos se interrelacionam do seguinte modo: O estado pecaminoso é á base dos hábitos pecaminosos, e estes se manifestam em ações pecaminosas.
Concluindo, pode-se definir o pecado como falta de conformidade com a lei moral de Deus, em ato, disposição ou estado.
Poucos se inclinarão a negar a presença do mal no coração humano, mas há divergências quanto à natureza desse mal e quanto ao modo como se originou. Mesmo os pelagianos e os socinianos estão prontos a admitir que o pecado seja universal.
Então vejamos a tríplice evidência da universalidade do pecado:
a) A história das religiões dá testemunhos da universalidade do pecado. As religiões pagãs atestam uma consciência universal do pecado, e a necessidade de reconciliação com o Ser Supremo. Há um sentimento generalizado de que os deuses estão ofendidos e devem ser aplacados de alguma forma. Há uma voz universal da consciência dando testemunho do fato de que o homem carece do ideal e está condenado á vista de algum Poder mais alto. Altares cheirando ao sangue dos sacrifícios, muitas vezes dos sacrifícios de filhos queridos, repetidas confissões de más ações, e orações para livramento do mal – tudo aponta para a consciência de pecado.
b) A História da filosofia indica o mesmo fato. Os mais antigos filósofos gregos já tiveram que lutar com o problema do mal moral, e desde a época deles, nenhum filósofo de renome pode ignorá-lo.
Todos foram constrangidos a admitir a sua universalidade, e isso a despeito do fato de que não foram capazes de explicar o fenômeno.
c) A posição bíblica diz que há inequívocas declarações da Escrituras que indicam a pecaminosidade universal do homem, como nas seguintes passagens: 1 Rs 8:46; Sl 143:2; Pv 20:9; Rm 3:1 e outras. Em Efésios 2:3 diz o apóstolo Paulo que os Efésios eram “por natureza filhos da ira, como também os demais”. Nesta passagem a expressão “por natureza” indica uma coisa inata e original, em distinção daquilo que é adquirido. De acordo com as Escrituras, a morte sobrevém mesmo aos que nunca execeram uma escolha pessoal e consciente, Romanos 5:12-14. Esta passagem implica que o pecado existe no caso de crianças, antes de possuírem discernimento moral. Desde que sucede que crianças morrem e, portanto, o efeito do pecado está presente na situação delas, é simplesmente natural supor que a causa também está presente. Finalmente, as Escrituras ensinam também que todos os homens se acham sob condenação e, portanto, necessitam de redenção que há em Cristo Jesus. Nunca se declara que as crianças constituem exceção a essa regra Jó 3:3, 5; 1 Jo 5:12. Quando Adão pecou, caiu(grifo nosso), e em sua queda levou toda a raça humana, pois ele era o pai e cabeça da raça, era a raiz da humanidade. Daí o fato de chamar-se de pecado original, ou seja, pecado da raça. Os outros pecados de Adão, não tiveram importância na geração, pois eram pecados pessoais. Quando Adão pecou, estabeleceu um triste princípio para os homens: todos os seus descendentes nasceram (ou nascem) no mesmo estado de queda.
A Bíblia define essa situação com três denominações distintas:
a) – estado de depravação – Gn 6:5; Sl 14:3; Rm 7:18.
b) – estado de culpa – Mt 10:15.
c) –estado de pena – Rm 5-12.

A natureza do pecado em seu caráter formal pode-se dizer que, numa perspectiva puramente formal, o primeiro pecado do homem consistiu em comer da árvore do conhecimento do bem e do mal. Nada havia de ofensivo no fruto da árvore. O pecado estava simplesmente na desobediência á ordem de Deus.
O pecado geralmente se manifesta em três direções; 1)Para Deus, em forma de rebelião, de falta de amor, 1 Sm 15:23; Dt 6:5. 2) Para o homem, igualmente com absoluta falta de amor, Lv 19:13; Mq 6:8; Rm 1:18. 3) Para o próprio pecador, em forma de egoísmo, de corrupção de valores, Mt 16:24; Jô 12:25; Sl 51:5; Rm 7:18.
Á vontade de Deus é desobedecida em toda manifestação do pecado, voluntária ou inconscientemente, Nm 15:30; Sl 19:13; Nm 15:27; Hb 9:7. O homem não é intrinsecamente responsável por haver nascido em pecado, mas é absolutamente responsável por todos os pecados que pratica.
O testemunho da humanidade e da consciência existe porque há testemunhas da realidade e da natureza do pecado. As religiões pagãs oferecem sacrifícios em favor da purificação de almas. Isto é outro testemunho. Na própria literatura secular existem evidências sobejas do testemunho da consciência do pecado. O grande filósofo Sêneen disse: “Todos temos pecados, uns mais, outros menos.” “Existe um provérbio chinês que afirma:” “Há somente dois homens bons na terra; um esta morto o outro ainda não nasceu”. Quanto no testemunho da consciência é por demais evidentes em cada criatura. A Bíblia ensina que o pecado é uma violação(grifo nos), 1 Jo 3:4. Que o pecado é um estado espiritual, a ausência de retidão, Rm 7:8, 11, 13, 14, 17, 20.
O primeiro pecado e a queda ocasionada pela tentação esta no livro do Gênesis 3:1-19. A queda do homem foi ocasionada pela tentação da serpente, que semeou na mente do homem as sementes da desconfiança e da descrença. Embora indubitavelmente a intenção do tentador fosse levar Adão a cair, não obstante dirigiu-se a Eva, provavelmente por três motivos, Eva não exercia a chefia na aliança e, portanto, não teria o mesmo senso de responsabilidade. Não recebeu diretamente a ordem de Deus, mas apenas indiretamente, seria mais susceptível de ceder á argumentação e duvidar. Seria sem dúvida o instrumento mais eficiente para alcançar o coração de Adão. O curso seguido pelo tentador é bem claro. Em primeiro lugar, ele semeia as sementes da dúvida pondo em questão as boas intenções de Deus e insinuando que Suas ordens era realmente uma violação da liberdade e dos direitos do homem.
Alguns acham que toda narrativa de Gênesis 3 é uma alegoria que representa figuradamente a autodepravação do homem e sua mudança gradativa. Barth e Brunner consideram a narrativa do estado original e da queda do homem um mito. Há estudiosos, que não negam o caráter histórico de Gênesis, afirmam que pelo menos a serpente não deve ser considerada como um animal literal, mas apenas como um nome ou símbolo da cobiça, do desejo sexual, do raciocínio pecaminoso, ou de Satanás.
Outros asseveram que o falar da serpente deve ser entendido figuradamente. Certamente a serpente é considerada como um animal em Gn 3:1, e não daria bom sentido substituir “serpente” por Satanás. O castigo de que fala Gn 3:14-15, pressupõe uma serpente literal, e Paulo não a entende doutro modo, em II Cor 11:3. As Escrituras de à entender claramente que a serpente foi um instrumento nas mãos de Satanás, e foi ele o real tentador como agiu em homens e em porcos, Jô 8:44; Rm 16:20; II cor 11:3; Ap 12:9.
No passado, houve resultada de filosofias gnósticas, uma crença de que tudo o que procedia da carne era vil. Isto levou alguns teólogos a crerem que o fruto proibido foi símbolo do ato sexual entre Adão e Eva. A essência, do texto, nos leva a entender que o pecado teve sua raiz, não na fome ou no apetite, mas no coração. O desejo de ter independência de Deus foi um pecado do coração. O pecado teve outros aspectos: a concupiscência incontrolável de algo dos sentidos (desejo incontrolável) dos sentidos (agradável aos olhos), a concupiscência da carne (boa para comer) e a soberba da vida (desejável para dar entendimento). Estes três aspectos da tentação tem estado sempre presentes e em 1 Jo 2:16, o apóstolo nos adverte que tais coisas procedem do mundo e não do Pai. Faz-se lembrar que Deus deu ao casal o domínio do jardim. Eles podiam até expulsar a serpente do mesmo. Mas, não o fizeram pelo contrario, deram ouvidos e se deixaram seduzir pelos argumentos da mesma.
Os três processos da tentação, que levou Adão a cair de sua posição de glória: primeiro, Deus tinha mandado que não comessem da árvore do conhecimento do bem e do mal, mas havia dado ao homem todas as árvores. A tentação começa por fazer o homem se sentir privado de algo, quando, de fato, Deus é muito generoso; Satanás fez a mulher pensar somente no fruto proibido menosprezando as dádivas do Senhor; segundo, Satanás cria dúvidas sobre a Palavra de Deus. “Será que Deus falou?” Em seguida, ele cria desconfiança sobre os motivos de Deus. Ele chega a questionar a veracidade do aviso divino, “certamente não morrerás...”; terceiro, a mulher cedeu ás meias verdades. Mas, isto não diminuiu o fato de que ela e o homem comeram em desobediência a Deus e trouxerem sobre si as conseqüências previstas.
A penalidade com a qual Deus ameaçou o homem no paraíso foi pena de morte. A morte que aqui se tem em mente não é a morte do corpo, mas a morte do homem total, morte no sentido bíblico da Palavra.
A pena foi também executada efetivamente no dia em que o homem pecou, embora a plena execução dela tenha sido sustada temporariamente pela graça de Deus.
A penalidade do pecado certamente inclui a morte física, mas inclui muita mais que isso.
O pecado separa de Deus o homem, e isso quer dizer, morte espiritual, pois é só na comunhão com o Deus vivo que o homem pode viver de verdade. No estado da morte, que resultou da entrada do pecado no mundo, levamos o fardo da culpa do pecado, culpa que só pode ser removida pela obra redentora de Jesus Cristo.
A morte espiritual significa, não somente culpa, mas também corrupção. O pecado é sempre uma influência corruptora na vida. Por natureza somos, não somente injustos aos olhos de Deus, mas também impuros.
Os sofrimentos da vida estão incluídos na penalidade do pecado. O pecado produziu distúrbios na vida do homem. Sua vida física caiu presa de fraquezas e doenças, que redundam em desconforto e, muitas vezes, em penosas agonias; sua vida mental ficou sujeita a perturbações, que muitas vezes o privam da alegria de viver, e por vezes, destroem por completo o seu equilíbrio mental. Forças destruidoras são liberadas causando terremotos, ciclones, tornados, erupções vulcânicas e inundações trazendo indescritíveis misérias á humanidade.
A morte física a separação do corpo e alma também faz parte da penalidade do pecado. Explicitação esta feita nas palavras: “tu és pó e ao pó tornarás”, Gn 3:19. Transparecendo na argumentação de Paulo em Rm 5:12-21, e em 1 Cor 15:12-23. A palavra é taxativa; o salário do pecado é a morte.
A morte eterna pode ser considerada como a culminância e a consumação da morte espiritual. As restrições do presente desaparecem, e a corrupção do pecado tem a sua obra completa. O peso total da ira de Deus desce sobre os condenados, e isto significa morte no sentido mais terrível da palavra.
Desfiguração da imagem divina o homem não perdeu completamente a imagem divina, porque ainda em sua posição decaída é considerado uma criatura á imagem de Deus Gn 9:6; Tg 3:9. Apesar de não estar inteiramente perdido, a imagem divina no homem encontra-se muito desfigurada. Jesus Cristo veio ao mundo tornar possível ao homem à recuperação à semelhança divina.
Pecado inerente (ou pecado original). O efeito da queda arraigou-se profundamente na natureza humana que Adão, como pai da raça, transmitiu a seus descendentes a tendência ou inclinação para pecar, Sl 51:5. Esse impedimento espiritual e moral, sob o qual os homens nascem, é conhecido como pecado original.
Discórdia interna no princípio Deus fez o corpo do homem do pó, dotando-o de uma natureza física; depois soprou em suas narinas o fôlego da vida, comunicando-lhe assim uma natureza mais elevada, unindo-se a Deus. Era o propósito de Deus a harmonia do ser humano, ter o corpo subordinado á alma. Mas o pecado interrompeu a relação de tal maneira que o homem se encontrou dividido em si mesmo; o “eu” oposto ao “eu” em uma guerra entre a natureza superior e a inferior.


CONCLUSÃO


Mesmo tendo o homem pecado e através desse ato de desobediência, permeou o pecado em toda a raça humana, até mesmo na esfera espiritual de sua vida. A Bíblia declara que ainda há esperança em Cristo. O pecado destituiu o homem da graça de Deus, mais Cristo morreu há seu tempo para nos resgatar da maldição do pecado ( Gl 3:13 Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós, porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro;).
Á verdade é que; quando tudo parecia impossível (Rm 8:3 Porquanto, o que era impossível à lei, visto como estava enferma pela carne, Deus, enviando o seu Filho em semelhança da carne do pecado, pelo pecado condenou o pecado na carne,), para a humanidade, Deus enviou o seu Filho em semelhança da carne para nos conceder, a liberdade.
Pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus. Ef 2:8.


BIBLIOGRAFIA:

Apostila Teologia Sistemática II – FATEH/Prof Gilcilene Falcão.

BEP – CD ROM/CPAD

http://estudodehamartiologia.blogspot.com/ Pr. ADENILTON SOUZA SILVA.

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